segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Ato 20 – O fio das duas espadas


A noite chega, e plenamente instalado na casa de Mia, Noir e Boni, que insistiam que ficasse no quarto das meninas nos dias que ficasse na Vila, Donni saiu para uma caminhada à noite. Ele aguardava o sinal para seu próximo destino.

Mia, muito curiosa com as andanças de Donni, numa corrida se coloca passos atrás do guerreiro de Atena seguindo-o.

– Não tem sono minha Mia? lndaga Donni, virando-se para trás.

– Hoje ainda não. Responde a Menina. – Estou animada em talvez ser uma andarilha. Vou pedir a Antena essa missão.

Donni ri.

– Soube de sua habilidade de ocultar sua presença e cosmo. Comenta. – Teu pai me contou.

– É mesmo. Confirma Mia. – A Anna pediu eu fiz, só isso.

 No céu o brilho se faz presente

– Olhe! Chama atenção Mia. – Estrela cadente. Deve ser seu novo destino. Não é para lá que você disse que é o Santuário de Atena.

Donni estava admirado pela percepção e raciocínio da menina

– Exatamente. Confirma Donni. – Meu destino é a casa de Atena.

– Legal. Comenta Mia. – Queria ir contigo, posso? 

 Donni bagunça o cabelo da Mia e ri.

– Não pode ainda. Responde. – Quando chegar lá, se for desejo de Atena, mandarei te buscar.

Mia ficou empolgada

– Eu vou. Comenta. – Acho que por agora Atena quer que eu durma. Não demore hein.

– Pode deixar. Responde Donni entrando a brincadeira da menina. – Está com sono?

– Não. Responde Mia. -Tem alguma história para contar?

A espontaneidade da menina entrete Donni.

– Sim. Responde. – Em minhas viagens às terras lá para as águas do Oceano Atlântico, eu conheci alguém chamado Sallas.

TERRAS DO OCEANO ATLÂNTICO - DOIS MESES ANTES

Donni seguia para terras expoente mais ao norte do Oceano Atlântico. Onde um homem chamado Sallas era conhecido como herói, subjugando os inimigos pelo fio de sua espada.

Aquelas terras eram marcadas pelo conhecimento da forja da espada e seu uso. 

Sallas eram um espadachim inato, mestre da forja de lâminas mortais, e cidadão respeitado em sua terra.

Ele correra o mundo em busca do conhecimento sobre espadas. Era considerado um autoridade onde a justiça era medida pelo fio de espadas.

A flecha do arqueiro dos céus levara Donni ao encontro desse homem, e de sua história contra as criaturas vindas do mar.

Recém-chegado a vila da Ávila, Donni ouvia aqui e acolá estórias dos grandes feitos do herói local. Sobre como ele expulsara os soldados e comandantes marinas de volta para o mar.

Mas de todas as histórias uma lhe pareceu mais interessante: As espadas forjadas pelo sangue e pela alma dos inocentes.

Contava um aldeão a Donni a estória da forja pelo mestre do mestre de Sallas, da espada banhada pelo sangue de cem inocentes levados pela sangrenta batalha contra os bárbaros vindos do centro do grande território.

Dizia a lenda que a espada brigava em vermelho a cada corte, e dizimou todo o exército inimigo quando blandida pelo guerreiro escolhido por ela, o avô do menino que quando homem teve medo de usá-la e a quebrou.

UM ANO ANTES

A espada cortava qualquer coisa na terra, e houve época que sequer se via a mesma ainda empunhada. Assim lutava Eli, um orgulhoso guerreiro que treinara também um prodígio vindo do mediterrâneo em busca de conhecimento, veloz, mas não muito afeito lâminas. Eli ensinara a muitos, mas para seu filho Sallas seu orgulho foi um grande obstáculo.

O talento inato do garoto se sobrepunha ao esforço do árduo aprendizado, desde a forja das lâminas perfeitas ao seu manejo. O esforço e trabalho contínuo eram necessários a forja de um guerreiro, e assim rezava a filosofia do mestre Eli. O rápido crescimento de Sallas nas artes das espadas não se aplicava a essa regra, e o mesmo era cada dia mais rejeitado pelo mestre.

Em sua Juventude Sallas forjara “Al Ghur” após seu retorno das terras médias no oceano Índico (atual Mongólia). Sua busca por outros mestres compensava certa ausência. Mas Al Ghur não era a lâmina perfeita, apesar de nunca ter falhado diante de um inimigo.

As andanças de Sallas faziam dele um filho perdido das terras dos mestres da lendária espada do Espírito Rubro.

Após o retorno de mais uma de suas longas jornadas por conhecimento, Sallas encontra o mestre Eli, já debilitado pela idade avançada, à sua espera.

– Que bom que retornou meu filho. Saúda Eli a Sallas que adentra os aposentos do seu pai. – Tenho assuntos a tratar contigo antes da minha morte.

A relação distanciada pelo destino tornava o momento ainda mais difícil a Sallas

– Estou aqui meu pai. Responde Sallas. – Creio que não temos muito tempo para tudo que precisa ser dito. Desculpe a ausência. Precisava encontrar meu caminho, minha espada.

– E encontrou o que procurava Sallas?

– Não meu pai. Responde Sallas. – Aprendi muito, mas ainda tenho uma grande ausência.

– Imagino. Confirma Eli. – A espada rubra sem nome, forjada é carregada pela linhagem da família, agora é sua. Será meu legado a você.

Sallas esperava por essa revelação, mas não tinha certeza de como reagir.

– Não sei se é minha. Responde. – Nunca a empunhei. Sequer a vi ao detalhe. Minha é Al Guhr, a espada forjada pelo espírito da luta dos guerreiros de outras terras, que me cederam seu fio.

Eli retrucou com a cabeça.

– Não. A espada precisa de um nome. É seu legado reforjá-la com seu espírito de luta. O guerreiro nascido pronto para o combate. O último portador da lâmina das cem almas. Não poderá rejeitar esse fardo.

Eli aponta para o canto do cômodo uma bainha com uma espada.

– Pegue essa espada incompleta. Prossegue vagarosamente Eli, visto sua debilidade. – Tentei forjá-la para você por toda vida. Tú que és mestre da forja, o mestre dos mestres como seu avô. Termine sua espada com prova de meu amor inacabado por você. Prepare-se para receber e nomear a espada rubra sem nome.

Sallas na cabeceira do Pai sente os últimos momentos do mestre de grandes guerreiros pelo mundo, mas que não fora seu mestre.

– Farei como ordenaste, meu pai. Responde. – Te devo.

Ele respira bem fundo, recuperando talvez as últimas energias.

– Perdoe-me pelo meu orgulho. Manifesta Eli. – Errei ao ausentar-me e permitir que buscasse outros mestres a mim. Errei ao julgá-lo inapto por sua habilidade especial. Errei a negar seu dom. Demorei a perceber que eras o guerreiro ao qual falara meu pai, e procurei em todos aquilo que me foi dado por um presente. O dom que me pouparia as forças, e honraria a espada sem nome.

Sallas chorava por seu pai, o que fizera apenas quando menino.

– Sabes onde encontrá-la, meu filho. Diz Eli, apertando forte a mão, e se despedindo.

Passadas horas, Sallas sai da casa do seu pai, para o olhar constermado de todos. Ele segue para forja do mestre com sua espada inacabada, e passa a madrugada trabalhando.

Pela manhã era grande a expectativa. Fazia meses que da forja não saia nada, mas parecia que das mãos do novo mestre ferreiro isso mudaria.

Sallas sai com uma roupa de couro cru que lhe cruza o peito, com cinco pinos de metal que reforçavam os ombros. O peito e a cintura de um colete que guardava nas costas uma grande bainha de metal para três espadas.

Nas costas estava Al Ghur, nas mãos de Sallas uma uma espada de brilho azulado que ele colocara a esquerda, permitindo ao centro a inserção de uma nova espada.

Ele se dirige ao memorial da vila. Local que recebia a todos com a estátua de Atena, e guardava encravada numa bainha de pedra a espada rubra sem nome.

Todos aguardavam a prova do portador da espada, visto que nenhum homem além de Eli e antes de Elaor a empunharam. Sallas adentra o pequeno salão, e minutos e depois sai com a espada na mão colocando lá no centro da bainha de Ferro. A espada lendária tinha novo mestre.

Admirados todos contemplavam o momento, quebrado pelo alarme local. Novamente as criaturas do mar invadiam pelo litoral. A espada rubra brilhou, e parecia ser a hora do combate.

Pelo litoral, homens com vestes alaranjadas caminhavam gerando medo a todos. Sallas com Al Ghur fatia, e devido ao seu grande número de inimigos ele também utiliza “Anima” com a mão esquerda.

Quando tudo parecia solucionado surge um guerreiro infinitamente mais forte. Com vestes brilhantes, e uma lança dourada se apresenta o guerreiro marina a Sallas.

– Sou Chris, o gigante Chrisaor. Guardião das águas quentes do oceano Índico. Servo do Senhor dos mares, Poseidon. Há muito se luta por essas terras, mas agora isso acabou. O portador da espada sem nome morreu e nada mais irá se opor em meu caminho.

Sallas sinaliza que não.

– A espada sem nome tem novo portador. Retruca. – E este não permitirá sua passagem.

Chris ri.

– O nômade voltou de sua jornada? Ironiza. – Interessante. A espada sem nome está perdida.

Sallas com um movimento de mão convida Chrisaor para a luta.

– O filho dessa terra voltou. Responde. – Agora que tal provar sua teoria.

Chris movimenta sua lança e diversas investidas de corte são interceptadas por Al Ghur, e refutadas pela lâmina. Um dos cortes finais passa pelo cabelo de Sallas, mostrando a medida do fio da lança do marina.

– Preciso tomar cuidado. Pensa Sallas.

Com as espadas em punho, e a lendária espada na bainha, ele desvia dos ataques de Chris, mas não contra-ataca.

Sallas sente Al Ghur perder seu brilho, e logo depois trincar.

– Quebrei sua espada guerreiro. Zomba Chris. – Quebrei seu espírito de luta. Será que alma de seu pai na espada inacabada resistirá?

Sallas como bom espadachin, e já conhecedor dos fundamentos da lança do adversário prepara sua investida.

Ele desembainha a espada lendária, e embainha a trincada Al Ghur. Anime permanece imóvel.

Chris nada entende.

– O que pretende? Indaga o Marina. – Pretende apenas se defender? Esse será seu grande erro. Arrogante como o pai. Morrerá pelas minhas mãos.

Chris inicia o ataque com sua lança, mas é repelido e atacado ao mesmo tempo. Visualmente Sallas não se movera, mas o marina já conhecia a técnica.

– Parece que aprendeu pelo menos isso com seu pai. Comenta. – Vejamos quanto tempo aguenta a alma de Eli. Contra minha escama, e as cem almas contra minha lança que corta tudo com seu fio.

– O que está esperando, marina. Retruca Sallas.

Os guerreiros reiniciam a luta, e o empate era inevitável, quando a espada rubra se inflama em vermelho, e convida Sallas a usá-la como ataque.

O guerreiro tinha medo de usar seu fio, e decepciona as cento e duas almas que morreram por ela. Sallas sente um ardor especial, e a espada rubra brilha diferente. Era seu avô Elaor que o convocara a queimar seu espírito de luta.

Sallas guarda Anima, que rachara na bainha, queima seu cosmo, e ao blandir a espada lendária estremece a terra e assusta Chris.

– Essa é Excalibur, a lendária espada rubra que não tinha nome. Afirma o guerreiro de Atena. – A começar por você, todos conhecerão o espírito das mais de cem almas que por ela, e junto a ela deram a vida.

O general marina cessa o ataque entorpecido pela luz vermelha emanada pela agora “Excalibur”.

Sallas empunha Excalibur e a prepara para um movimento de corte diagonal de sua posição, inflamando seu cosmo novamente.

– Corte, espada sagrada. Pede Sallas. – Seu humilde portador a pede. Eu aceito o legado, e junto a ti o meu espírito.

Sallas desfere o golpe e Chris, tentando defender com sua lança, é arremessado de volta ao mar.

A poderosa lança é quebrada em duas partes. Com sua lança quebrada, sua escama rachada da ombreira a bota, e o torax cortado, não havia nada que pudesse o marina fazer a não ser recuar.

Sallas vê o inimigo sumir nas águas do mar, e cai de joelhos apoiado na espada esgotado.

No chão encontra fragmentos de Al Ghu e Anima, e tocando a lâmina se corta. O sangue que cai é incorporado a Excalibur, e a mente do espadachim vem uma nova missão.

Ele arranca parte do couro do colete, e recolhe os fragmentos das espadas, que ressoam brilhantemente prateada e azulada.

Sallas chega a vila, e vai direto para a forja. Preocupados os moradores levam alimentos para o mestre espadachim, pois sabiam que seria mais um longo dia.

O calor da forja era grande, e o sangue dos cortes que descia, soma-se aos pedaços de Al Ghur e Anima. Ao fim nascia da forja “Durandal”.

Terminada a missão, Sallas esfria a forja, fato que não ocorria há anos, desde a morte de Alaor. Ele se alimenta e descansa.

Na manhã seguinte Sallas passa em sua casa, e tempo depois sai com as duas espadas ao memorial onde é guardada Excalibur. Ele cria um novo entalhe na pedra, e uma nova bainha recebe Durandal.

As espadas ressoam e uma jovem de aura clara e vestido branco surge diante Sallas.

– Sallas de Avila, filho de Eli, neto de Eloar, portador da lendária espada rubra Excalibur. O último e definitivo guerreiro da espada das cem almas. Proclama Atena. – Sou Atena, a deusa da Sabedoria e Guerra Justa, e vim conceder a ti uma honraria em atenção a seu compromisso a paz na Terra.

Atena retira Excalibur e a empunha. Ela toca o ombro de Sallas, que estava ajoelhado em reverência, com a lâmina deitada.

– Eu te consagro a Excalibur. Proclama Atena. – A lâmina perfeita que será parte de você, enquanto queimar seu cosmo para o bem da Terra. O portador e a espada que se tornaram uma arma única.

Nesse momento a espada rubra desaparece, e Durandal assume seu lugar, no topo da pedra.

– Nesse Memorial as almas dos mais de cem guerreiros mortos em batalhas permanecem em Durandal, a ser portado pelos jovens guerreiros eleitos, de geração em geração. Narra Atena.

A deusa toca a pedra, e após um brilho intenso surge na bainha de pedra entalhe registrando: “Aqui esteve Excalibur, que jaz no cosmo do último portador da lâmina”. Abaixo da inscrição marcada fica entalhada um selo de Atena.

A cor rubra tão presente na antiga espada sem nome passa para a lâmina de Durandal, retornando o brilho característico daquele memorial de pedra.

A deusa levanta Sallas, e dissipando sua luz do jeito que chegou, deixa sua mensagem final.

– As forças de Poseidon estão ativas, e em breve terás uma missão. Conclui Atena. – Aguarde o mensageiro.

– Sim Atena, aguardarei. Responde Sallas.

No dia seguinte todos souberam do decreto de Atena no Memorial das cem almas de Ávila, com Durandal como a nova espada rubra.

O tempo avançou e Sallas convocou os jovens para o ensino as técnicas da forja e do manuseio da espada, visando formar novos mestres e espadachins. Assim as cem almas poderiam escolher o portador de Durandal.

ÁVILA – DUAS SEMANAS DEPOIS

Donni caminhava pela vila de Ávila. Quando chega a forja, lá se via diversos jovens fazendo espadas.

– Seja bem-vindo, visitante. Saúda Sallas. – Desculpe os maus modos, mas hoje é dia da forja. Só sairá daqui quem forjar uma boa espada.

– Interessante o rigor dessa aula. Comenta Donni. – Posso me juntar a eles?

– Certamente. Responde Sallas. – Mas a regra é a mesma pra você.

Donni confirma com a cabeça, e Sallas lhe indica o local para trabalhar.

Com relativa facilidade Donni domina o metal, e algumas horas depois, ajusta o fio e finaliza a empunhadura, entregando a espada ao mestre da forja.

Sallas avalia a arte de seu novo aluno e se surpreende.

– Muito bom! Elogia o mestre. – A quem devo parabenizar?

– Donni, o Andarilho. Responde o aluno visitante.

– O mensageiro de Atena, eu suponho? Indaga Sallas para confirmação de Donni.

– Poderia ajuda-los dessa vez? É tarde.

Sallas ri.

– Sim, desta vez! Responde.

Donni ajuda a todos, trazendo muito do que aprendera com sua família.

Com a finalização da última espada, Sallas e Donni poderiam enfim se acertar.

– Atena pede sua presença no Santuário em construção em Atenas, sua fortaleza nessa guerra. Começa Donni.

– Sim. Responde Sallas. – Mas não poderei ir agora. Preciso cumprir outra missão dada por Atena: encontrar o portador de Durandal, e criar a linhagem de Mestres Espadachins.

– Hummm. Donni estava pensativo. – Se precisar de ajuda nessas tarefas ... Pelo menos posso forjar uma boa espada.

Todos riem.

– Oferta aceita. Responde Sallas. – Assim que possível partiremos, e creio que você para outro lugar na Terra.

– Acredito que sim. Confirma Donni, para o riso de todos.

Passado um mês partiram todos, com o arqueiro do céu indicando a Donni, um certas terras na zona do mar Mediterrâneo.

DE VOLTA A VILA DO MEDITERRÂNEO

Mia estava atenta, e não perdera nenhum detalhe da estória contada por Donni, mas estava cansada.

– Agora vou dormir. Comenta a menina, sorrindo. – Obrigado. Mas uma pergunta? Sallas foi ao encontro de Atena?

– Sim. Responde Sallas. – Ele seguiu seu destino, como seguirei o meu em breve, e você o seu.

Bocejando Mia se levanta.

– Eu também. Quero ser guerreira de Atena como você. Boa Noite!

Enquanto a menina entra um novo brilho destaca no céu. Donni já tinha sua nova missão. Mia à porta vira o ceu, e ao olhar para Donni encontra um sorriso no andarilho.

– Te vejo no Santuário de Atena. Brinca a menina.

Donni ri.

– Sim. Comenta. – Mas nos vemos no café da manhã antes.

O dia seguinte seria o recomeço, brindado pelo amor daquela família.


DESCORTINA-SE A HISTÓRIA DO GUERREIRO E SUAS ESPADAS. SALLAS, O HONRADO POR ATENA, SEGUE PARA O SANTUÁRIO, E O ANDARILHO PARA SUA NOVA JORNADA.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Ato 019 – O Andarilho


Acompanhando a distância tudo que se passava nas terra do mar Mediterrâneo, estava um poderoso guerreiro, que se mantinha oculto.

Com o fim do confronto o brilho de Anna voluntariamente reluz e leva Teneo e Noir a um velho casebre no fim da vila, que todos acreditavam estar abandonada.

A porta Noir gentilmente bate, e para a surpresa de todos a porta é aberta aos visitantes.

Envolto numa capa com capuz estava um homem de pele escura, que ao revelar seu rosto convida todos a entrar.

O estranho da vila se despe da capa e se mostra um homem fisicamente atlético, jovem, e de pele mais escura, algo incomum àquelas terras.

— Sou Donni, o Andarilho. Se apresenta o estranho. — Fui chamado por Atena a ser seu mensageiro a correndo o mundo em busca de valorosos guerreiros que receberam o chamado da deusa.

— Então é um guerreiro de Atena! Resmunga Teneo. — Então como não sentimos sua presença?

— O sétimo sentido. Responde Donni. — Pude ocultar minha presença através do potencial desse nível de poder. A pequena Mia também o fez, mas isso é nativo da constelação guardiã dela.

— Então está recrutando guerreiros? Indaga Noir.

Donni sinaliza que não.

— Não estou recrutando, meu caro Noir. Responde. — Estou convocando os guerreiros recrutados por Atena para se unir a ela em seu santuário em construção nesse momento.

Teneo estava curioso.

— Santuário? Uma construção desse porte deveria ser notada por todos. Onde ela está?

Donni sorri.

— Bem perto de vocês. Responde. — Em Atenas, mas toda a movimentação está oculta pelo cosmo de Atena. Seu poder máximo será atingido em breve, com sua chegada em pouco mais de um ano. Precisamos de sua participação.

Teneo sinaliza negativamente.

— Não posso deixar esse povo. Retruca. — Não cessarão os ataques, e a último de tão forte quase custou minha vida.

— Não se preocupe Teneo, o Touro guardião. Tranquiliza Donni. — Kraig de Cavalo Marinho não mais retornará. Haverá uma batalha final a ser definida pelos deuses, e apenas nesse momento vocês se enfrentarão novamente.

O guerreiro misterioso olha carinhosamente para Mia, dirigindo em seguida palavras a Teneo.

— Seu trabalho aqui está terminado. Prossegue a narrativa Donni. — Os guerreiros daqui poderão cuidar dos futuros ataques, liderados por Noir, e em breve Atena visitará Mia, pelo seu poder de restrição dar a esse lugar proteção equivalente a seu cosmo, Teneo, e proporcional as ameças que virão.

Ele se volta para Noir.

— Você, Noir, concluirá o treinamento dos moradores, e receberá a prova de minhas palavras. Presenciará a visita de Atena a sua filha.

Teneo, ainda desconfiado com as muitas verdades proferidas pelo recém descoberto Donni estava pensativo.

— Como podemos confiar em você. Indaga o guerreiro de Atena. — Diga-nos pelo menos quem guia sua jornada, Andarilho.

Donni sorri.

— O arqueiro dos céus me aponta meu destino. Responde.

— Sagitário, eu suponho. Comenta Teneo. —

Teneo inflama se cosmo e desafia Donni, O guerreiro da pele negra inflama seu cosmo, e prepara um arco de energia com uma flecha armada para o disparo. Teneo olha profundamente para seu então adversário e apaga seu espírito de luta. A flecha do arco e Donni também se dissipa.

— Partiremos Eu e Anna a Atena após a visita de Atena a casa de Noir. Decide Teneo. — Preciso me certificar da segurança desse lugar.

— Correto. Comenta Donni. — Digno do protetor dessas terras. Creio que minha missão aqui está encerrada.

— Para onde irá agora, Andarilho. Indaga Teneo.

— Ainda não sei, mas creio que Sagitário me dirá essa noite.

Os guerreiros de Atena se saúdam com um forte aperto de mão.

— Siga em paz com Atena. Deseja Teneo. — Se precisa do Touro Guardião, sei que Atena providenciará a minha chegada.

Todos se despedem, e os visitantes do casebre deixam seu novo morador, quando Teneo retorna o olhar.

— Venha a minha casa essa noite. Convida o Touro. — Anna cozinha bem, e a pesca voltou a ser farta. Conheça nossa verdadeira hospitalidade. Creio que já conhece o caminho.

Doni sorri.

— Convite aceito, mas precisarei de algo. Comenta. — Minhas roupas não estão a altura.

— Não se preocupe. Responde Noir. — Venha a nossa casa e terá roupas novas. Leve as que traz contigo, e cuidaremos delas se assim desejar. Não creio que viaje amanhã tão cedo.

— Obrigado! Donni estava surpreso. — Não sairei tão rápido assim. Creio que tudo ficará acertado, como previsto.

— Previsto? Mia estava curiosa.

— Sim. Responde Donni. — Posso fazer previsões, e geralmente elas se concretizam. Está tudo escrito nas estrelas.

— Eu sei. Concorda Mia, inocentemente.

— Agora vamos de uma vez. Encaminha Teneo. — Nosso visitante precisa e privacidade.

Com a saída de todos, o guerreiro de Sagitário se apressa em tomar banho, e vestir sua melhor roupa. Em suas viagens a lugares quase desertos, e outros bem menos hospitaleiros, não lhe era permitido cuidar tão bem dos seus trajes.

No caminho para cada Teneo convida também Noir para a confraternização com o novo amigo em Atena, e emenda.

— Não creio que essa confraternização atrapalhará os planos de Atena.

Todos riem.

— Certamente. Concorda Noir ao adendo de Teneo. — Levaremos uma sobremesa.

— Combinado. Confirma Anna, olhando com cumplicidade para seu pai.

Passadas algumas horas, bate a porta de Noir, Donni. A pele escura do visitante esperado surpreende Boni, esposa de Noir que chega a sala recepcionada por Mia.

— Boa noite, Senhora. Cumprimenta Donni.

— Boa noite. Responde Boni. — Deve ser Donni, o Andarilho, de quem falaram Noir e Mia.

— Sim, a seu dispor. Retribui Donni a hospitalidade.

Boni sinaliza a Donni que entre.

— Fique a vontade. Mia te levará até Noir. Creio que sairemos juntos ao jantar na casa de Teneo.

— Creio que sim. Responde ainda confuso, Donni, visto a hospitalidade por ele ainda nunca vista.

— Depois venha a cozinha. Continua Boni. — Venha provar a sobremesa e dar sua opinião.

— Certo. Responde o visitante ainda mais surpreso.

Como combinado ele foi a cozinha e provou um delicioso bolo de frutas.

— Muito Bom. Aprova Donni, para o sorriso de Boni e Mia que esperavam pela opinião.

— Amanhã cuidaremos de suas roupas, e tenha certeza que Noir terá algumas peças para contribuir a sua próxima jornada. Contina Boni.


— Obrigado. Responde Donni.

Todos se encaminham para a casa de Teneo, e o visitantes de Noir deixa a todos curiosos.

— Esse é meu amigo Donni, que veio nos ajudar em nome de Atena. Dizia Noir a todos.

A reação era positiva, pois se veio por Atena, então vinha em paz.

— Seja bem vindo.

— Vamos pescar amanhã?

— Está com Noir, podemos te arrumar um casebre.

Eram as reações de acolhida de todos que recebiam o agradecimento emocionado de Donni.

Chegado a casa de Teneo, era perceptível a mudança no semblante sério do servidor de Atena para um a de um homem comum, raro com toda a tensão provocada pelos recentes ataques do exército de Poseidon.

Muito se comeu e onfraternizou, com estórias e grandes façanhas em nome de Atena.

Curiosas as meninas perguntavam sobre a origem de Donni, assunto ainda não abordado por respeito ao visitante.

— Meninas, não sejam inconvenientes. Retruca Boni. — Nosso amigo não precisa contar sua vida.

— Desculpem. Dizem as meninas juntas.

Donni sorri, achando engraçado a curiosidade de todos, declarada pelas crianças.

— Tudo bem. Responde Donni. — Era a minha vez de contar estórias mesmo.

Ele começa a contar sua estória a uma plateia de servos de Atena, cenário que não lhe fazia restrições.


EXTREMO SUL O GRANDE CONTINENTE AO CENTRO – DEZESSETE ANOS ATRÁS

Era a noite e Amaia dava à luz a seu primeiro filho. O primogênito do líder dos guerreiros dos Zimbabus.

Grande era expectativa, pois ele sucederia seu pai na liderança do seu povo Guerreiro é vencedor de todas as batalhas empreendidas em nome dos deuses.

A criança, chamada de Zimbu, nascera com porte mediano, abaixo do esperado pelos guerreiros com pouca aptidão ás artes da guerra, logo ele foi esquecido por todos até o momento que começara a fazer previsões mais certeiras que  o líder espiritual da tribo,   e parecia falar com as estrelas.

 A semelhança ao Xamã incomodava alguns, mas não é seu pai, que vinha nele algo especial e único.

SEIS MESES ANTES

O tempo passou e Zimbu aos dezoito anos foi consagrado assistente do livro espiritual da ilha, pois sempre previa fatos de forma certeira, incluindo nas batalhas.  Seu irmão Kuará, lider dos querreiros comemoravam especialmente com seu irmão suas previsões de glórias para seu povo.

Certo dia que foi previsto por Zimbu derrota na próxima batalha contra tribo que invadira o território dos Zimbabus. Ninguém acreditar nessas palavras, mas havia mais a ouvir que fora ignorado por Kuará.  Uma aura de luz salvaria a todos no momento final.

Os invasores tinham aspectos diferentes, como peixes, sua presença afetara a pesca, limitando a tribo a caça que começara a ficar escassa.

Kuara liderava o grande ataque, mas com poderes mágicos saindo das mãos e lanças o exército de Zimbabus precisava bater em retirada. Com a ferida de morte em Kuará eles se retiraram.

No centro da tribo o Xamã nada pode fazer, quando ao tocar o irmão Zimbu brilhou e Kuara retornou a vida.

Impetuoso Kuara, novamente prepara o exército para novo confronto ignorando novamente as previsões de Zimbu, incluindo o desfecho outrora não ouvido.

O ataque surpresa e violento faz efeito, mas enquanto se comemorava uma energia esmagadora surge do mar.  Era uma criatura vestida de armadura laranja, que em segundos dizimou a todos.

 A besta caminha em direção a Kuara e pressionando seu crânio, se apresenta.

—  Sou Kraig, o Cavalo Marinho, General Marina do Senhor Poseidon, novo soberano dessas terras. Elas agora fazem parte dos domínios do mar.

Kuara se debate e lembra do irmão, que tentaram lhe contar algo.

— Um irmão! Comenta Kraig absorvendo os pensamentos de Kuara. — Um irmão especial …

Zimbu percebe a angústia do irmão, e vê todos mortos. Revoltado com tudo aquilo ele brilha como uma estrela.

— Não!  Esbraveja Zimbu

Sua luz parte como uma lança em direção ao campo de batalha atingindo em cheio Kraig, que é expulso quilômetros Mar Adentro. Com sua escama parcialmente quebrada, o Cavalo Marinho sabia de quem se tratava aquele cosmo: um guerreiro de Atenas.

Por hora Kraig retornou ao templo submarino, mas voltaria aquele lugar.

Em terra todos estavam muito assustados com a manifestação do poder de Zimbu.

— Ele nos salvou. Diziam alguns.

— É um demônio! Acusavam outros.

Zimbu não mais sabia o que fazer. Sua previsão se cumprira, e foi ele a luz, mas não salvara sequer seu irmão.

Ele caminha até a praia acompanhado por alguns, vê o corpo do irmão e chora. Sua mão afasta a todos, tornando particular aquele momento de despedida.

Zimbu chorava, quando um homem e uma jovem envolta de luz surgem diante de seus olhos.

— Olá Zimbu. Saúda a jovem. — Sou Atena, a deusa da Sabedoria em Guerra Justa, e preciso de seu poder para libertar outros povos do domínio de Poseidon, o Senhor dos Mares.

A deusa toca em Kuara e faz sua alma flutuar junto a ela.

— Seu irmão está bem ao meu lado. Tranquiliza Atena. — Ajuda-nos. Seu poder vem da constelação de Sagitário, És um dos meus escolhidos, venha.

Zimbu olha para sua mãe ali presente, vai até ela e se despede. Ela reconhece a paz na aura de Atena.  e abençoa a partida do seu filho.

— Irei com você confirma Zinbu. Ele olha para o homem que acompanha Atena, que se apresenta.

— Sou Oscar, guerreiro da constelação de Gêmeos.  Precisamos encontrar nossos guerreiros pelo mundo, e reuni-los no Santuário da nossa deusa a ser construído em Atenas. Precisamos que se torne o Peregrino, que correrá o mundo em nome de Atena. Atena irá atender a ser chamado sempre que localizar um novo guerreiro,

— Eu aceito a missão de Atena. Responde Zimbu. — Mas não poderei mais ser mais Zimbu, pois abandonarei meu povo

— Você deve se chamar Donni, o Andarilho. Afirma Oscar.

— Que assim seja em nome de Atena.


TEMPO PRESENTE

— E assim eu saí pelo mundo em minha missão. Completa Donni.

As meninas estavam empolgadas com a história de Donni.

—  Já pensou: eu andarilha em nome de Atena. Comenta Mia para o riso de todos.

— Eu tenho certeza que sua missão será tão eficiente quanto a minha é hoje. Comenta Donni. — Mas estou cansado, aguardarei meu momento.

Donni, o Andarilho estava em paz, em família como a muito tempo não ocorrera. E no dia todos seguiram para suas missões pelo mundo.


O ANDARILHO DO EXÉRCITO DE ATENA CUMPRI MAIS UMA MISSÃO, E AO ABRIR SEU CORAÇÃO A UMA FAMÍLIA REVELA MAIS UMA HISTÓRIA DO EXÉRCITO DA DEUSA.

sábado, 3 de março de 2018

Ato 018 – O brilho que desperta


Eram tempos difíceis, e a Terra (Sekai) sofria com os conflitos entre moradores e invasores vindos as águas de todas as partes do mundo. Dentre as áreas com protetores específicos havia as terras que margeavam o mar Mediterrâneo.

As hordas de marinas que adentravam o território eram repelidas por um imponente guerreiro, e seu nome era Teneo.

Ele aprendera a técnica da espada desembainhada que reúne ataque e defesa numa única prática. Sua velocidade era impressionante, e essa habilidade parecia ter sido herdada por sua filha Anna, e com a morte de Maria os laços de pai e filha só fizeram aumentar.

Anna acompanhava seu pai nos treinamentos que ele promovia junto aos moradores locais, mas não participava, pois Teneo não queria envolvê-la naquela guerra em curso sem previsão de final. Silenciosa ela observava e aprendia a teoria de tudo que era ensinado, e praticava em outros momentos escondida do pai.

Certo momento em meio ao treinamento de rotina, Mia, filha de artesãos de pesca locais, que acompanhava seus pais em tudo, demonstra a olhos mais apurados possuir habilidade especial. Teneo já havia ensinado sobre o cosmo e seu domínio, mas nem mesmo dentre os jovens rapazes (a maioria dos presentes) havia sido demonstrado tal desempenho naquele grupo.

Noir ficou muito feliz, pois sua filha poderia servir a Atena no futuro e ajudá-la a vencer aquela terrível guerra, mas Anna ficou triste. Ela estava ali há mais tempo que Mia, e ainda não havia conseguido avançar em direção a seu sonho de seguir os passos de seu pai como defensora das pessoas em nome de Atena.

Foi um breve lampejo de cosmo, mas forte o suficiente para a percepção de Teneo e Noir, um dos últimos sábios do local. Teneo ao olhar o semblante triste da filha percebeu que sua filha também tinha sentido o cosmo, mas isso não lhe causou espanto, pois sabia do seu potencial. O guerreiro considerava sua esposa Maria uma guerreira ainda mais formidável que ele, mas em outras circunstancias ela desaparecera da vila. O despertar do poder de Anna gerava a preocupação do pai, que prometera a si mesmo não lidar com mais perdas.

Mas o brilho do cosmo de Mia não foi percebido apenas por eles. Um outro alguém, um pouco mais distante, havia sentido o despertar da jovem.

Findo o treinamento, já era quase noite, quando os alertas de invasão foram soados. Era o sinal que novos monstros do mar chegaram a vila.

Todos se recolheram, e os homens e mulheres do campo de treinamento se prepararam para cobrir a retaguarda de Teneo, que novamente enfrentaria os guerreiros das águas. No time, cheia de confiança, estava Mia. Apesar do protesto de Noir, ele e Teneo não rejeitaram sua presença, mas o pai da jovem estava atento.

Próximo a barragem de pedra que separava o mar do continente estava Teneo, que percebe que a energia que chegava desta vez era muito mais intensa do que as vindas anteriormente. Temeroso pelo possível destino de todos, em caso de falha sua, ele sinaliza ao mensageiro o recolhimento do grupo de apoio. Ele enfrentaria sozinho o novo inimigo e o venceria, ainda que isso lhe custasse a vida.

O grande cosmoenergia se materializa, e uma armadura alaranjada trazia grande destaque. O guerreiro parecia ser de uma classe mais alta, ainda não vista por Teneo.

— Ora, ora. Comenta o visitante. — Deve ser aquele que tem posto medo em meus soldados. Teu cosmo me diz isso.

— Sou aquele que tem expulsado os invasores, só isso. Retruca o guerreiro de Atena — Sou Teneo. O guerreiro da armadura alanjadada tem nome?

O adversário de Teneo ri.

— Sou Kraig de Cavalo Marinho, General Marina guardião do Oceano Pacífico Norte, Elite do exército do Senhor dos Mares, Poseidon. Responde. — A “armadura alaranjada” chama-se “Escama’, a veste sagrada dos guerreiros guardiões do império dos mares. E contra mim você não tem a menor chance.

Teneo balança a cabeça em sinal negativo.

— Não subestime seu adversário, General Marina. Retruca. Não te ensinaram isso?

Teneo assume a posição de Iai, reunindo ataque e defesa, e em segundos Kraig é impactado a alguns metros para trás de sua posição. Na ótica de Kraig Teneo não saiu do lugar.

— Olha só. Ironiza Kraig. — Parece que tenho um adversário de valor e bem veloz. Mas ... é só isso?

— Estou apenas aquecendo. Brinca Teneo.

Surge no local mais uma energia, e o marina também percebe. Ele caminha para além de Teneo, que nada entende. Há alguns metros a frente Kraig com um movimento de mão derruba uma parede de pedra, e expõe quem atrás dela se escondia, a jovem Mia.

Mia aquece seu cosmo como há momentos atrás no treinamento, mas Kraig a pega pelo braço levantando-a e se divertindo.

A jovem sente o ar fluindo em sua volta, quando tudo cessa, e ela cai no chão. Ela se levanta e ao seu lado estava Anna. Ela parecia ter bloqueado a técnica do general marina. Teneo também estava no outro lado, mas Anna conseguira ser ainda mais rápida que seu pai.

— Ora, ora. Eis que surge o brilho que me chamou nesse lugar. Comenta o marina. — Venho aqui exclusivamente em busca desse cosmo. Meu Senhor Poseidon tem grande interesse nesse potencial.

— Mas não está disponível! Afirma Teneo que recua, afasta as jovens, empurra Kraig para trás e volta a estar frente a frente com o guerreiro de Poseidon.

O cosmo de Anna ainda resplandecia, e sua aura brilhava tal qual o touro furioso que partia de Teneo e o negro corvo mortal que outrora voava sob aquelas águas.

— E nossa luta nem começou. Comenta Teneo. — Esqueceu-se de seu adversário, por acaso?

Kraig ri.

— Não vim lutar. Responde. — Vim levar esse brilho para meu Senhor.

— Se for só isso, não será hoje. Firme retruca o guerreiro de Atena.

Teneo se posiciona, mas Kraig lhe viras as costas e segue de volta ao mar.

— Esse brilho será de meu Senhor! Decidido, informa o marina. — Retornarei em momento oportuno.

— Aguardarei seu retorno. Responde Teneo. — Estarei aqui.

O general marina volta ao mar, e Teneo fica pensativo sobre os planos de Poseidon para sua jovem.

Anna, agora em segurança, estava feliz por despertar a centelha do cosmo tão ensinada por seu pai, e tão treinada as escondidas. O que ela não entendia era o interesse de Kraig no poder de Mia, como lhe pareceu.

Teneu e Noir, que acabara de chegar, compartilhavam da preocupação de Anna com Mia, e estavam prontos para protegê-las a qualquer custo.

Passado algum tempo, novamente pairavam notícia ruins sobre a vila as margens do mar Mediterrâneo. Mia havia desaparecido sem rastros. A presença dos guerreiros do mar não foi registrada, e além da tristeza havia o mistério.

Teneo estava preocupado, pois acreditava saber o nome do responsável por aquele desaparecimento, e sua verdadeira intensão.

O guerreiro de Atena se concentra tentando localizar o cosmo da filha de sua filha, e o encontra no mesmo local onde enfrentara Kraig de Cavalo Marinho. Ele estava irritado, e seguiu até a barragem de pedras a beira mar.

— Por que demorou? Ironicamente recebe Kraig. — Pensei que levaria meus prêmios sem resistência. Elas parecem bem mais inofensivas hoje.

Anna estava ao lado de Mia, desmaiada, tentando defende-la. A jovem não conseguiu fazer brilhar seu cosmo como da última vez, mas sua determinação a destacava.

— Deixe as jovens. Firme ordena Teneo. — Suas contas são comigo.

— Já disse que é o brilho dessa jovem que me importa, ou melhor dessas jovens. Responde o marina. — Essas terras eu posso conquistar depois. Outras presenças brilhantes já foram recrutavam para Podeidon, mas essas jovens certamente terão um destino mais nobre em nosso exército.

Teneo empurra Kraig pressionando o peitoral de sua escama.

— Elas não estão disponíveis! Retruca.

Kraig se desvencilha do toque de Teneo, e seu semblante muda.

— Não pode se opor a vontade de Poseidon! Declara o general marina. — As levarei a qualquer custo. Ainda que tenha que se por cima de você.

Com um movimento de braço Teneo ordena que Anna e Mia sigam de volta ao interior da vila, onde Noir as estava esperando. O guerreiro sinaliza para o artesão confiando a ele sua filha. Ele se posiciona entre o general marina e sua filha que se vai mais atrás de Mia.

— Daqui você não passa. Afirma Teneo. — Volte para de onde veio, ou lute comigo. A decisão é tua.

Kraig balança a cabeça em sinal de desaprovação.

— Vou lutar contra você, e pegar minhas prendas. Retruca o marina. — Ela sequer tem cosmo para se defender, e o pessoal dessa vila é patético. Só preciso passar por você.

Com um movimento de mão Teneo convida o adversário para a luta, queimando seu cosmo. O general marina faz o mesmo.

Numa velocidade incrível, imperceptível a olhos comuns, e até mesmo ao olhar de Kraig Teneo parte para a investida contra a marina. Com seu ombro esquerdo ele empurra o adversário metros a frente, e afastando-se um pouco aplica diversos golpes, nos pontos chave da circulação de energia no corpo de Kraig. Ele recua, e numa fração de milissegundos estava com seu bloqueio pronto, aguardando o impacto da técnica do adversário.

Kraig de Cavalo Marinho apenas sentia o impacto, e se não fosse sua escama teria seus pontos vitais bloqueados. Teneo aparentemente sequer havia saído  do lugar.

A grande velocidade de Teneo impressiona o adversário, mas agora ele tinha uma estratégia para ver o que estava oculto.

— Venha guerreiro! Desafia o marina. — Quero saber até onde pode ir sua habilidade.

Kraig queima seu cosmo, e interagindo com as moléculas de ar cria correntes de vento assimétricas e multidirecionadas, causando um parcial bloqueio a grande velocidade de Teneo.

O marina agora via a chegada de Teneo, e após de preparar para o impacto, se esquiva de quase todos os golpes desferidos pelo guerreiro de Atena. Um ataque porém pareceu ter sido deixado por último, como se sincronizado a nova velocidade imposta por Kraig  A investida do punho acertou o lado esquerdo do peitoral, explodindo a escama e penetrando a carne.

Teneo inicia seu recuo, quando percebe a reordenação da direção dos ventos com um brutal aumento de velocidade, mudando o formato para um redemoinho. Sincronizado, o guerreiro sai do centro do turbilhão, seguindo a velocidade da periferia que também era gigantesca. Antes que perdesse a consciência ele sente as preces de Anna, e num último esforço se desconecta do redemoinho.

Kraig sente no último segundo de contato do vento com o corpo de Teneo uma assimetria no guerreiro de Atena.

Em queda livre Teneo beirava a inconsciência, mas se guiava pelo brilho do cosmo de Anna. Ele percebe que Kraig prepara sua investida, e metros antes de tocar o solo vê o punho esquerdo do marina recolhido e pronto para o ataque. Prestes a tocar o solo, ele estava debilitado pelo desgaste em sincronizar sua velocidade aos inconstantes ventos do general marina. Ainda dotado de grande velocidade, Teneo oferece o lado esquerdo do peito para o impacto.

O ataque fulminante de Kraig seria letal, mas o guerreiro de Atena usa seu corpo para prender o adversário a ele, e pela barriga do marina ele atinge o lado direito internamente, quebrando várias costelas no caminho.

Teneo compreendera que assim como ele Kraig tinha o coração no lado direito, e isso explicaria o marina ainda estar vivo após seu ataque fulminante.

Kraig percebera assimetria similar a sua em Teneo, mas não contava com a maior velocidade do adversário debilitado por seus intempestivos ventos. Ele caíra numa armadilha, e devido a precisão no ataque recebido era morte certa.

Os oponentes se desconectam e caem, com grande quantidade de sangue expelido por Kraig. O mar se agita, e uma grande onda cobre ambos, levando o general marina. Teneo olha para o mar e vê um soldado marina com seu general nos braços caindo nas águas. Anna vem em socorro de seu pai.

— Senti seu cosmo, minha querida. Carinhosamente acolhe Teneo a sua filha. — Fui guiado por seu brilho. Sua mãe ficaria orgulhosa.

— Eu sei. Responde a jovem, sorrindo. — Senti algo bom fluindo de você, pai. Ainda que não conseguisse vê-lo naquele redemoinho. Eu e Mia estávamos aqui o tempo inteiro.

Anna sorri, e abraça Mia que ali de pé observava. Teneo estava curioso com algo.

— Se estavam aqui, como conseguiram se esconder de mim e Kraig? Indaga.

As jovens se entreolham em cumplicidade.

— O brilho do cosmo de Mia de alguma forma nos ocultou. Responde. — Vimos o pai dela passar por nós sem nos perceber.

Naquele instante chega Noir e outros moradores da vila para ajudar a Teneo. Ele olha para Mia, com firmeza.

— Depois falamos!

— Sim, papai. Resignada responde Mia.

Noir olha para Teneo e confirma a informação.

— É verdade, não as vi em lugar algum, e por aqui não havia sinal de ninguém. É uma habilidade estranha.

Teneo ri.

— Também acho, Noir. Concorda Teneo. — Tenho certeza que será útil para Atena algum dia.

 O guerreiro tosse forte, e ao tocar o lado direito do peito de Teneo Noir certifica-se que o coração do guerreiro de Atena ainda estava forte. Anna nada entende.

— Por que toca o lado direito, Sr. Noir? Pergunta Anna confusa. — O coração está no lado esquerdo!

Noir olha para Teneo, com uma mensagem já conhecida, e ele sinaliza em sinal positivo.

— Minha filha. Inicia Teneo. — Tenho algo importante para te contar.

Ele conta de sua condição física especial, e da fragilidade de seu coração. Sua assimetria tinha sido seu trunfo, mas agora um grande guerreiro sabia de seu segredo.

Noir, que há anos cuidava da saúde de Teneo, temia por essa nova situação, e por fim podia provar a seu teimoso paciente que o esforço exagerado poderia parar seu órgão vital.

Teneo vencera dessa vez, mas o futuro era incerto, pois Kraig de Cavalo Marinho era um grande adversário.

Para Anna o desejo de ter seu cosmo brilhante e vibrante só aumentara, pois agora seu pai dependia dele.


A LUTA PELO BRILHO DE ANNA REVELA GRANDES VERDADES OCULTAS, E EM BREVE ATENA FARIA GRANDE USO DE TODAS ELAS.

domingo, 10 de setembro de 2017

Ato 017 - Aqueles que protegem em segredo


Era quase noite em Lemúria, e mais cedo clarões puderam ser percebidos em vários locais da ilha. A luz era Atena que visitava diversas pessoas, para quem estava reservada importantes missões.

Samarco, no cair da noite receberia esta luz. A província, mais ao centro-oeste da ilha, era o cinturão da produção de alimentos da ilha, as margens do grande lago Siena. Nesse local abençoado por Demeter, morara Roshi e sua filha Talia.

A família de Roshi era a mais tradicional de Lemúria no ramo da agricultura. O lemuriano seguia o ofício de seu pai e de ser avô, e Talia, fruto da próxima geração da família, já conhecia bem o equilíbrio entre o homem e a natureza.

A casa de porte médio, antiga mas bem conservada, de madeira de boa qualidade ali mesmo colhida marcava o centro do grande pomar, que guiava a entrada e a margeava a estrada.

O ambiente rústico era a paisagem da paz, cujo silêncio era apenas rompido pelos sons diversos de aves e animais de criação, soltos em plena harmonia com as plantas e demais elementos do cenário.

Naquele lugar Atena surgia a vontade, certa de estar em reduto de velhos conhecidos há muitas gerações. Era fim da tarde em Lemúria.

Roshi a porta reverencia a deusa com sua aura luminosa, e com sinal de mão orienta Talia a fazer o mesmo. A menina estava encantada, pois estava para conhecer alguém muito falado por seu pai, a deusa da Sabedoria e Guerra Justa, Atena.

Ela se curva, mas ainda sim caminha em direção a luz, ao encontro de Atena. Roshi parece ver uma imagem estranha: uma jovem de cabelos castanhos, ao lado de uma bela mulher lemuriana com os mesmos traços de Talia, lindamente vestida com uma reluzente armadura esverdeada.

Roshi parecia estar sonhando, quando a luz se dissipa, e ele vê imagem invertida, onde a jovem vestida de branco trazia sua filha sorridente.

Ainda caminhando Atena inicia sua narrativa com Roshi, enquanto entrega Talia ao seu pai.

— Roshi, meu guerreiro. — Inicia Atena. — Faz um belo trabalho com Talia. As novas gerações de meu exército ganharão uma bela guerreira para o campo de batalha.

Roshi fica feliz em saber que sua linhagem a serviço de Atena seria perpetuada.

— Sim, Senhora Atena. — Responde o guerreiro.  — Apenas fiz meu dever como pai, preparando a próxima geração.

Atena sorri.

— Sairás de Lemúria. — Afirma Atena. — Apenas Talia tens o senso de equilíbrio que possui. As batalhas que virão necessitarão desse legado. Do equilíbrio entre o tigre e o dragão. Lemúria não mais atende ao potencial de Talia.

Roshi olha para Talia atento, como se já soubesse do que falava a deusa.

— Seguiras para as terras altas às margens do mar Mediterrâneo, numa região com cinco montanhas. — Complementa Atena.

Roshi acompanhava Atena, mas a devoção no olhar de Talia à deusa causou-lhe admiração. Em breve ele entenderia.

— Preciso que acompanhe meu renascimento de mais longe. — Prossegue Atena. — Sentirás o fluxo do equilíbrio em seus dois sentidos, e saberás a hora de retornar.

A deusa olha em volta e contempla a paisagem.

— Em muito Lemúria será útil a batalha que virá, e nos irmãos e sua prole confiarei minha proteção em segredo.

Reconhecendo a atenção de Talia a suas palavras, Atena se dirige a ela.

— Talia. É a semente da nova geração. — Afirma Atena. — Serás a primeira geração dos meus novos guerreiros. O tempo junto as águas da grande cachoeira será essencial para o seu conhecimento, e para a compreensão do legado de sua família.

A aura de Atena começa a se dissipar, e ele profere suas palavras finais.

— Partirás ao amanhecer. — Finaliza Atena. — Reúna o necessário a viagem e não se despeça dos seus. Orientarei sua viagem.
Orientados por Atena, Roshi e Talia fizeram a última refeição naquelas terras. A menina estava feliz. Tudo foi arrumado e a menina foi dormir.

Ao amanhecer, na hora da partida, Roshi e sua filha lembram dos seus, e por um momento se entristecem. Eles se lembram da vívida aura de Atena, e se alegram novamente. Estavam a serviço de sua senhora, e isso era motivo para júbilo. Pai e filha estavam sintonizados, e Roshi fica feliz com a demonstração de maturidade de sua menina.

Em Tessalian, Melias e Ankaa sentiam a angústia temporária dos seus. Talia e Ankaa tinham uma ligação silenciosa, apesar da menina esperar um pouco mais. Melias sentia que seu irmão precisaria muito dele a partir de então, só não sabia definir como.

Roshi e Talia partem para seu destino orientado por Atena, e Melias e Ankaa chegariam as terras dos seus no cair da tarde.

No caminho Melias e Ankaa vão sentindo os fragmentos do dissipar dos cosmos de Roshi e Talia, mas também resquícios de um grande cosmo na medida que se aproximavam da casa de madeira. Melias já conhecia a energia, e Ankaa já sentia a acolhida.

Para Ankaa havia uma mensagem no ar, deixada por uma poeira de cosmo que toca a mão aberta do menino.

Ankaa descobrira que era parte de uma missão maior que teu silêncio. Ele aguardaria o retorno do cosmo de Atena, e Melias sabia que deveria zelar para o completo crescimento de seu filho.

ATENA PREPARA SUA ESTRATÉGIA PARA A BATALHA QUE VIRÁ. UMA SAIDA PROGRAMADA MARCA O INÍCIO DE MISSÃO DE UMA FAMÍLIA.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Cavaleiros e amazonas

Apresentamos os cavaleiros e amazonas e tipologia das armaduras criadas pelos lemurianos durante a primeira guerra santa, segundo a estória da Fanfic "Prelúdio: Memórias da Primeira Guerra Santa"

Os cavaleiros e amazonas apresentados não representam os personagens da estória, e assim que os personagem forem desenhados serão aqui atualizados.

As armaduras apresentadas são referências, com a necessidade de pequenos ajustes para a finalização do desenho das vestimentas oficiais.

Os desenhos mesclam material oficial da série e fanarts criados por fãs, devidamente citadas as autorias.

Andromeda (a princesa) Antilia (Maq. Pneumática) Apus (Ave do Paraiso) Aquarius (Aquario)
Sem padrão definido
por The Ponk --- por Cerberus rack por Trident
Aquila (Águia) Ara (Altar) Aries (o velo de ouro) Auriga (Cocheiro)
por Trident por Alejandro por Trident por Trident
Bootes (Pastor) Caelum (O cinzel) Camelopaerdis (Girafa) Cancer (Carangueijo)
por Alejandro por Cerberus Rack por Alejandro por Trident
Canes venatici (Cães de caça) Canis major (Cão maior) Canis minor (Cão menor) Capricornus (Capricórnio)
por Trident por Trident por Marco Albiero por Trident
Carina (Carena) Cassiopeia (rainnha Cassiopeia) Centaurus (Centauro) Cepheus (rei Cefeu)
por Trident por Alejandro por Trident por Cerberus rack
Cetus (Baleia) Chameleon (Camaleão) Circinus (Compasso) Columba (Pomba)
Sem padrão definido
por The Ponk por Trident por Trident ---
Coma Berenice (Cabeleira de Berenice) Corona australis (Coroa austral - Sul) Corona borealis (Coroa boreal - Norte) Corvus (Corvo)
por Cerberus Rack por The Ponk por Alejandro por The Ponk
Crater (Taça) Crux (Cruzeiro do Sul) Cygnus (Cisne) Delphinus (Golfinho)
por Cerberus Rack por Khon Ix por The Ponk por Alejandro
Dorado (Peixe dourado) Draco (Dragão) Equuleus (Cavalo Menor) Eridanus (rio)
Autor desconhecido por Trident Autor desconhecido por Alejandro
Fornax (Fornalha) Gemini (Gêmeos) Grus (Ave Grou) Hercules (O heroi)
por The Ponk por Trident por Thomas Jefferson por The Ponk
Horologium (Relógio) Hydra (Montro aquatico) Hydrus (Hidra de Lerna) Indus (Índio)
Autor desconhecido por Trident por The Ponk por Alejandro
Lacerta (Lagarto) Leo (Leãol) Leo minor (Leão menor) Lepus (Lebre)
por Wang por Trident por Michelangelo por Alejandro
Libra (balança) Lupus (Lobo) Lynx (Lince) Lyra (Lira)
por Trident por Michelangelo por Wang por Trident
Mensa (Montanha da Mesa) Microscopium (Microscópio) Monoceros (Unicórnio) Musca (Mosca)
Sem padrão definido Sem padrão definido
--- --- por Tomas Jefferson por The Ponk
Norma (Regua, Esquadro) Octans (Oitante) Ophiucus (Serpentario) Orion (Cacador Orion)
Sem padrão definido
--- por Cerberus Rack/
Marco Albiero
por Trident Mangá Saintia Sho
Pavo (Pavão) Pegasus (Pegaso) Perseus (Herói Perseu) Phoenix (Fênix)
por Trident por The Ponk por The Ponk por Trident
Pictor (Pintor) Pisces (Peixes) Piscis austrinus (Peixe autral - Sul) Pupis (Popa)
Sem padrão definido
--- porTrident Autor desconhecido por Alejandro
Pyxis (Bússola) Reticulum (Retículo) Sagitta (Flecha) Sagittarius (Sagitário-Arqueiro)
por Alejandro por Trident por Santuary Designer por Trident
Scorpius (Escorpião) Sculptor (Escultor) Scutum (Escudo) Serpens (Serpente)
Sem padrão definido
por Trident --- por Khon Ix por The Ponk
Sextans (Sextante) Taurus (Touro) Telescopium (Telescópio) Triangulum (Triangulo)
por Lady Heinstein por Trident Autor desconhecido por Wang
Triangulum australe (Triangulo austral - Sul) Tucana (Tucano) Ursa major (Ursa maior) Ursa minor (Ursa menor)
Sem padrão definido
--- por Alejandro por Michelangelo por Cerberus Rack/
Marco Albiero
Vela (Vela - Argo Navis) Virgo (Virgem) Volans (Peixe voador) Vulpecula (Raposa)
por Alejandro por Trident por Alejandro por Marco Albiero
Cerberus (Cão Cerbero)
por Cerberus Rack